Território educativo: mapeando e decifrando aprendizagens 'além-muros' - Caxias do Sul/RS
Mostra/ Apri
Data
2018-03-29Autore
Pedro, Joanne Cristina
Orientador
Stecanela, Nilda
Metadata
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Esta dissertação teve como objeto de estudo a concepção de Território Educativo e se desenvolveu a partir da proposta de investigação e descrição do mapeamento do entorno da EMEF Ruben Bento Alves, protagonizado pelos jovens estudantes da escola, em busca de possibilidades de aprendizagens ‘além-muros’. A questão central da investigação objetivou compreender “como as oportunidades educativas do território em que a escola está inserida podem possibilitar a aprendizagem por meio da integração entre os saberes escolares e os comunitários”. O referencial teórico, no que diz respeito à dimensão histórico-política do objeto de estudo, em diálogo com a concepção de Educação Integral, sustentou-se nas contribuições dos autores Jaqueline Moll (2004; 2011; 2012; 2014) e Stephen Ball (1994, 1998, 2006, 2012), além de documentos produzidos pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) no ano de 2009. A dimensão que relacionou o conceito de Território Educativo a espaços e tempos em redes de fortalecimento comunitário, na dimensão da prática vivenciada no campo de investigação, juntamente com os estudantes, ancorou-se nos aportes de Elias (1994); Certeau (1994); e no diálogo com Freire (2004; 2011; 2013; 2014; 2015a; 2015b; 2016a; 2016b). A metodologia que amparou a construção dos dados considerou, além da pesquisa-ação, apoiada em Brandão e Borges (2007), Streck e Adams (2014) e Thiollent (2014), a inspiração acerca da Sociologia do Cotidiano de Pais (2006; 2015a; 2015b) e a análise textual discursiva de Moraes e Galiazzi (2011), a partir das narrativas que emergiram do grupo focal e rodas de conversas realizadas antes e depois da experiência. As principais contribuições desse processo de decifração, envolvendo teoria e prática, território e aprendizagem, e, que dispararam a construção do Mapa das Aprendizagens ‘além-muros’, conduziram-nos às categorias que identificaram a metáfora das três chaves de acesso representativas da potencialidade do objeto de estudo em relação à aprendizagem: a chave da rua (a dimensão do território articulador de relações), a chave de si (os processos identitários e de pertença favorecidos pela atividade) e, a chave do mundo (a dimensão política, a partir do estimulo à participação social dos jovens). Os resultados evidenciaram que Territórios Educativos convertem-se em territórios de participação social, à medida que as redes localizadas se organizam ora como saberes comunitários (manifestações de enfrentamento, resistência, laços de solidariedade) e ora ficam evidentes processos de desarticulação e fragmentação que também compõem o funcionamento de tais redes. A presente pesquisa reafirmou a reflexão acerca do deslocamento da centralidade da Instituição-escola nos processos de aprendizagem, para a centralidade no sujeito a partir do diálogo com o território e do compromisso com a humanização e com a transformação social, para a prática de uma Educação libertadora, conectada com o coletivo e que favoreça a autonomia e a cidadania.